domingo, 25 de setembro de 2011

Reino Unido aprova tratamento com células-tronco embrionárias

Autoridades sanitárias do Reino Unido aprovaram na quinta-feira a primeira pesquisa clínica europeia envolvendo células-tronco embrionárias, segundo reportagem do site da revista "Time". Cirurgiões do hospital Moorfields Eye, em Londres, vão tratar 12 pacientes com distrofia macular de Stargardt, uma doença incurável responsável pela maioria de casos de cegueira em jovens.
Pacientes com a doença perdem gradativamente o pigmento das células epiteliais da retina (células RPE), essenciais para manter o ambiente de crescimento dessas células. Os pacientes selecionados para o tratamento vão receber células-tronco RPE.
Esta é a segunda experiência humana de uso dessas células, a primeira foi aprovada pelo FDA americano em novembro. A proposta é estabelecer segurança para o tratamento, então os pacientes tratados já apresentam os estágios mais avançados da doença. Eles receberão de 50 mil a 200 mil células injetadas diretamente nos olhos, atrás da retina. Os médicos esperam que as células transplantadas comecem a crescer no novo ambiente, substituindo as doentes e restaurando a visão dos pacientes.
O olho é um bom lugar para testes de tratamentos como este, porque é relativamente protegido do sistema imunológico, as novas células podem ser protegidas da destruição por células de defesa. E a natureza isolada da cavidade ocular, onde as células serão injetadas, também facilita a destruição das células RPE por médicos se alguma coisa der errado com o transplante.
- A habilidade de regenerar as células da retina em laboratório é um avanço significativo e a oportunidade de ajudar a traduzir a tecnologia em tratamentos para pacientes é excitante - disse o cirurgião James Barinbridge, da Moorfields ao "Guardian".

Fonte:
Por : grupo 7

Terapia gênica protege macacos do vírus da AIDS

Já que o titular não funciona, a gente cria um reserva. É essa a filosofia de uma nova técnica de combate ao vírus da AIDS desenvolvida por cientistas americanos. Sem poderem contar com a defesa natural do corpo, arrasadas pelo HIV, eles usaram as células dos músculos para produzirem anticorpos contra o parasita. O truque deu certo --pelo menos em macacos.
A abordagem foi criada pelo grupo de Philip Johnson, da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia. Seus resultados foram publicados ontem no periódico científico "Nature Medicine".
Johnson e seus colegas conseguiram transformar células musculares de nove macacos em fábricas de anticorpos eficazes contra o SIV, o vírus da imunodeficiência símia. Todos foram protegidos contra a Aids, e seis deles tiveram proteção total contra a infecção.
Isso não quer dizer que uma vacina contra a Aids esteja próxima, afirmou Johnson. Anos de pesquisa podem ser necessários antes que o novo conceito seja testado em humanos.
No entanto, o trabalho "mostra que há uma luz no fim do túnel", nas palavras de Beatrice Hahn, estudiosa da Aids da Universidade do Alabama (EUA). "Isso mostra que pensar fora da caixa é uma boa ideia", afirmou a cientista, que não participou do estudo.Uma luz no fim do túnel já é um grande avanço para uma área de pesquisas que só vê frustrações desde 1983, quando o HIV foi isolado.

Centenas de vacinas já foram testadas em animais. Duas chegaram a testes com humanos em grande escala. Todas foram um fiasco tão grande que um dos pioneiros da área, David Baltimore, chegou a dizer que não havia esperança.Isso porque o HIV é extremamente mutante e ataca justamente as célula encarregadas da produção de anticorpos.É aqui que entra a estratégia de Johnson e colegas, que usa artilharia pesada --engenharia genética-- e criatividade.

Já que não podem contar com o trabalho do sistema imune, os pesquisadores deram um jeito de transferir a função de produzir anticorpos a outras células, as musculares.E, já que é virtualmente impossível estimular as defesas do corpo a produzirem naturalmente anticorpos contra as inúmeras versões do vírus, o grupo americano resolveu bolar os próprios anticorpos.Por engenharia genética, eles construíram uma série de moléculas chamadas imunoadesinas, que combinam parte de uma proteína que se liga às células e parte de um anticorpo.

Três tipos diferentes dessas "quimeras" foram então empacotados em vírus adenoassociados, que, por sua vez, foram injetados diretamente nos músculos dos macacos.
Quatro semanas depois, os animais foram infectados com o SIV. Seis outros não receberam a vacina e adoeceram após a infecção --quatro deles tiveram Aids tão grave que precisaram ser mortos. Apenas três dos nove que tomaram a vacina contraíram o vírus.
"Há alguns anos eu concluí que o HIV era diferente de todos os outros vírus e que abordagens tradicionais não dariam certo", disse Johnson. O grupo quer iniciar testes em humanos nos próximos anos.

Por: grupo 4

Japoneses conseguem clonar camundongo congelado há 16 anos.


Experimento abre possibilidade de ressuscitar espécies extintas.
Cientistas conseguiram também derivar células-tronco do animal.

Se uma clonagem qualquer já tem um pouco cara de ficção científica, o que dizer do último feito de cientistas japoneses? Eles conseguiram clonar camundongos que estavam congelados havia 16 anos. O sucesso já anima os pesquisadores, que começam a ver mais chances de "ressuscitar" espécies extintas.
O sucesso é especialmente notável se levarmos em conta as condições dos camundongos. Nenhuma substância protetora foi usada no processo de congelamento, de forma que as células dos bichos foram bem esbodegadas.Eles passaram 16 anos assim, a -20 graus Celsius, até serem resgatados para a pesquisa.
Os japoneses, liderados por Teruhiko Wakayama, do Centro de Biologia de Desenvolvimento da Riken, em Kobe, procuraram núcleos celulares que parecessem menos estragados para tentar a clonagem, com duas linhagens de camundongos. Acabaram descobrindo, no processo, que as células cerebrais são as mais aptas para esforços do tipo.
Aí foi usar técnicas tradicionais de clonagem: pegar um óvulo de camundongo, extrair o núcleo, introduzir o núcleo do bicho congelado e dar um choquinho, para fazer com que a célula recém-transformada em zigoto começasse a se multiplicar.
O resultado, com uma das linhagens, foi estupendo. Além de conseguir derivar células-tronco embrionárias, os cientistas conseguiram implantar alguns embriões clonados em fêmeas vivas, que serviram como barriga de aluguel.
Após 19 dias, uma cesariana e uma ninhada de clones. Desse modo, eles conseguiram obter oito animais com material genético idêntico ao de um dos camundongos congelados.
Da outra linhagem, só foi possível extrair células-tronco embrionárias, mas nenhuma gravidez chegou a termo. Especula-se que a razão seja não pelo congelamento dos bichos, mas pelas características da própria linhagem congelada, que havia sido fruto de cruzamento consangüíneo. (Os cientistas destacam que nenhum bicho nessas condições foi clonado até hoje, mesmo sem passar por congelamento.)



Fonte:
g1.globo.com

Por: grupo 2

Mosquitos transgênicos são soltos na Ásia

Para combater a dengue no Sudeste Asiático, cientistas australianos soltaram
mosquitos modificados geneticamente, que não transmitem a doença, para competir com
os mosquitos transmissores comuns. A ação ocorreu em alguns locais da Malásia. O
estudo descrevendo a experiência, feita com a liberação de 140 mil mosquitos, foi
publicado pela revista Nature. Segundo os cientistas, o mosquito modificado, quando se
reproduzir com mosquitos comuns, gerará filhotes incapazes de transmitir o vírus.


- O Estado de S.Paulo


Fonte: 
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,mosquitos-transgenicos-sao-soltos-na-asia,763478,0.htm


Por: grupo 3

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Terapia Gênica e Atualidades



      A tecnologia básica envolvida em qualquer aplicação da terapia gênica é a transferência gênica. Vários métodos atuais de transferência gênica e suas vantagens e desvantagens estão listados nas tabelas mais adiante. A maneira mais simples de transferir genes para células e tecidos é por meio da inoculação de DNA puro, com técnicas de micro-injeção; eletroporação e o método bio-balístico. Métodos mais elaborados e mais eficientes incluem a administração de DNA encapsulado; ou através de vetores virais, que podem ser fragmentos de DNA de vírus contendo o DNA a ser transferido; ou mesmo a partícula viral formada por proteínas virais empacotando um DNA viral modificado de maneira a tornar o vetor menos tóxico, menos patogênico ou não-patogênico.
     A palavra vetor, que deriva do Latim vector (.aquele que carrega, entrega.) define o agente que constitui ou contém os genes a serem transferidos e expressos em uma célula receptora. Os diversos tipos de
vetores são utilizados com o objetivo de levar o DNA terapêutico ao núcleo das células-alvo. Outra forma de transferência da mensagem genética envolve a entrega de RNA diretamente ao citoplasma das células, mas o RNA é mais instável que o DNA, o que limita a aplicação dessa modalidade de transferência gênica. O uso de mitocôndrias ou DNA mitocondrial (mtDNA) como vetores gênicos citoplasmáticos tem aplicação potencial na reposição do mtDNA a células com deficiência no metabolismo energético da fosforilação oxidativa causada por mutações no mtDNA. Afora o núcleo, a mitocôndria é a única organela que possui seu próprio DNA. Uma questão-chave da terapia gênica é a escolha do vetor adequado a cada situação. Um vetor ideal seria aquele que pudesse acomodar um tamanho ilimitado de DNA inserido, fosse disponível em uma forma concentrada, pudesse ser facilmente produzido, pudesse ser direcionado para tipos específicos de células, não permitisse replicação autônoma do DNA, pudesse garantir uma expressão gênica a longo prazo e fosse não-tóxico e não imunogênico. Tal vetor ainda não existe e nenhum dos sistemas de entrega de DNA atualmente disponíveis para transferência gênica in vivo é perfeito com respeito a qualquer um desses pontos. Até a presente data, quatro sistemas de transferência gênica (DNA plasmidial complexado, vetores retrovirais, vetores adenovirais e vetores baseados no virus adeno-associado) foram os mais usados em tentativas de terapia gênica em humanos, totalizando uma experiência clínica de cerca de três mil pacientes em todo o mundo.


                                  A segurança do procedimento

Este é um problema particularmente evidente para os vetores virais. Alguns destes derivam de
vírus perigosos como o HIV. É então necessário que antes do uso destes vetores sejam submetidos a critérios de segurança, particularmente no que concerne a presença de genes que podem determinar a patogenicidade do vírus utilizado para infectar (transferir o gene desejado) para as células do hospedeiro.
A reação imunitária

Como toda substância estranha, o produto do gene novo, o gene propriamente dito ou seu vetor podem instigar uma resposta imunitária no organismo sob tratamento. Isto pode causar a eliminação das células modificadas geneticamente, ou a inativação da proteína produzida pelo gene novo. No desenvolvimento de estratégias novas de terapia gênica procura-se evitar respostas imunitárias ao vetor ou ao produto do gene introduzido. Se trata de uma tarefa difícil e freqüentemente empírica, mas isso é cada vez mais usado em inovações no campo da imunologia.



Fonte:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Biotecnologia/terapia_genica2.php

Por: grupo 4

domingo, 18 de setembro de 2011

Células-Tronco e as novas possibilidades na fecundação

A partir de experimentos laboratoriais envolvendo células-tronco, cientistas britânicos afirmam ter criado espermatozoides a partir de células-tronco da medula óssea feminina. A experiência vem sendo desenvolvida por especialistas da Universidade de New Castle que, em abril do ano passado, anunciaram ter conseguido transformar células-tronco da medula óssea de homens adultos em espermatozoides imaturos. Os cientistas repetiram a experiência com células-tronco da medula óssea de mulheres, podendo "abrir caminho para a criação do espermatozoide feminino". O estudo, afirma a revista New Scientist, poderia possibilitar que um dia, casais femininos homoafetivos poderão ter filhos sem a necessidade de um homem, já que o espermatozoide de uma mulher poderia fertilizar o óvulo da outra.
Consoante a revista New Scientist, os especialistas brasileiros estariam desenvolvendo óvulos e espermatozoides a partir de uma cultura de células-tronco embrionárias de ratos machos. A revista cita o trabalho publicado pelos brasileiros na revista especializada Cloning and Stem Cells em que os pesquisadores disseram ainda não ter provado que os óvulos masculinos poderão ser fertilizados e procriar. Isso abriria a possibilidade para que casais homoafetivos masculinos também tenham filhos com 100% de seu material genético.
Fonte:
O Globo

Por: grupo 7

Sertão da Paraíba tem surto de doenças genéticas: casamento entre primos é a causa.

A bióloga paulistana Silvana Santos foi para o Nordeste há cerca de uma década por causa da sua vizinha. Ela quis entender a origem da misteriosa doença da moradora da casa ao lado. Como relatava a própria mulher, a moléstia era comum na sua cidade natal, Serrinha dos Pintos, no sertão do Rio Grande do Norte. Santos descobriu no Nordeste mais 70 casos de uma doença até então desconhecida, a síndrome Spoan, que paralisa os membros inferiores e afeta a visão. Era o mesmo mal de sua vizinha. Depois de descrever a Spoan pela primeira vez em artigo científico de 2005, a bióloga encontrou outros problemas genéticos no sertão, causados por um mesmo motivo: o casamento consanguíneo entre primos.
Giuliana Rodrigues/Divulgação
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Neurologista Jovany Luis Alves de Medeiros, da UEPB, examina uma família na cidade de Queimadas (PB)

Em Serrinha dos Pintos, 32% dos casamentos envolvem primos de primeiro e segundo grau. Todos os afetados pela síndrome são descendentes de um ancestral comum, que chegou à região há mais de século.
"As famílias conhecem a sua árvore genealógica, mas a maioria não aceita que as doenças genéticas são causadas pelos casamentos com pessoas do mesmo sangue", afirma a pesquisadora.
Hoje, Santos é professora da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba), instituição à qual se vinculou de tanto estudar a região.
EM FAMÍLIA
Os casamentos consanguíneos passam dos 40% em algumas cidades paraibanas. A situação é mais grave no sertão, onde muitas doenças ainda não são reconhecidas como de origem genética.
São os agentes de saúde da região (cada um cuida de cerca de 500 pessoas) que registram, numa base de dados, a incidência de deficiências. "Mas ninguém analisa os dados para investigar causas das doenças", diz Santos.
DIAGNÓSTICO
De acordo com a médica Paula Medeiros, da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), muitos pacientes recebem diagnóstico errado.
"Há médicos que relatam retardo mental em casos de mucopolissacaridose [doença metabólica causada por deficiência de enzimas], sem avaliar se há mais casos na família e qual é a origem do problema", diz ela.
Por isso, o trabalho dos pesquisadores está sendo comemorado por funcionários de alguns municípios da região. É o caso de Maria do Socorro Lucena, secretária municipal de Saúde de Queimadas, uma das cidades estudadas, onde uma nova doença genética foi identificada.
De acordo com Lucena, os recursos públicos para a saúde da sua cidade, que tem 40 mil habitantes, são suficientes apenas para o atendimento "básico". E só. "Consigo atender partos, casos de tiro, tratamento de hemodiálise, esse tipo de coisa", diz.
Além de evitar que mais pessoas padeçam de doenças evitáveis causadas por consanguinidade, o aconselhamento genético sai mais barato aos cofres públicos.
No caso dos pacientes de mucopolissacaridose, que traz problemas motores, de crescimento e até mentais, o tratamento de um tipo da doença pode chegar a R$ 100 mil por mês, por paciente.
Hoje, seis portadores que vivem no sertão da Paraíba estão em tratamento no hospital da UFPB, aos cuidados da médica Paula Medeiros.
FAZ-TUDO
O trabalho deles começa já na prospecção de casos, em parceria com os agentes de saúde. São também os cientistas que realizam o mapeamento genético e identificam as possíveis doenças hereditárias, posteriormente divulgadas à comunidade acadêmica em congressos e em artigos científicos.
O processo todo leva, em média, três anos, também por causa das dificuldades estruturais. Hoje, um mapeamento genético no Brasil só pode ser feito nas regiões Sul e Sudeste, que contam com laboratórios para isso.
"Eu oriento as pessoas sobre os riscos de nascimento de deficientes quando os pais são um casal de primos", diz Santos. A ideia, de acordo com ela, é informar os jovens em idade reprodutiva.
Mas essa não é uma aproximação simples. A descrença nos cientistas, e um certo fatalismo, ainda são comuns.
"Não acredito nessa coisa de doença causada por casamento entre primos", diz uma moradora do município Olho d'Água, próximo de Queimadas. Filha de primos e casada com um primo, ela tem três dos seus cinco filhos surdos. "Tive filhos surdos porque Deus quis."
Fonte :  
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/833820-sertao-da-paraiba-tem-surto-de-doencas-geneticas-casamento-entre-primos-e-a-causa.shtml

Por: grupo 5

Cientistas brasileiros desenvolvem o feijão transgênico.

A Embrapa desenvolveu uma semente modificada geneticamente para produzir um dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros. A novidade desencadeou uma polêmica entre os cientistas - e só poderá chegar aos supermercados se for autorizada pelo governo.
É sabor que está no prato do brasileiro.
“Cresci comendo feijão e vou morrer comendo feijão”, diz um rapaz.
O Brasil é o maior consumidor de feijão do mundo e agora, cientistas da Embrapa criaram uma nova planta resistente ao vírus do mosaico dourado, transmitido pela mosca branca - o terror dos produtores de feijão.
Para criar a semente transgênica, foi colocado um pedaço do gene do vírus em uma célula da planta. A célula modificada ativa as defesas do feijão e assim, a semente já nasce pronta para impedir a contaminação pelo vírus.
Em uma plantação atacada pela mosca branca, é possível ver a diferença:
as plantas transgênicas não são afetadas - as convencionais, ficam doentes e param de produzir. Hoje, a única forma de combater a praga é com inseticida.
Os pesquisadores afirmam que os testes feitos com animais provam que o feijão transgênico é seguro para consumo humano e mantém o valor nutritivo do feijão convencional.
“Mesmo teor de ferro, proteína, de vitaminas que são encontrados no feijão convencional. O sabor também é exatamente o mesmo”, afirma o pesquisador da Embrapa Francisco Aragão.
Mas o Conselho de Segurança Alimentar, que assessora a Presidência da República, não se convenceu.
“O que está se pedindo é que mais testes sejam realizados e na opinião de especialistas os apresentados não são suficientes”, aponta Renato Maluf, presidente do Consea.
A decisão sobre permitir ou não a venda do feijão transgênico é da CTNBio, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança e deve sair ainda este mês. Ate lá continua a queda de braço entre os grupos a favor, e contra esse tipo de feijão modificado.
Organizações não-governamentais acham que faltam garantias para a saúde do consumidor.
“O feijão, nós estamos falando da lavoura direto para a mesa do brasileiro e aí quais são as consequências de consumir algo que é geneticamente modificado e nós não temos estudos a médio e longo prago que nos garantam a segurança alimentar”, diz Sérgio Sauer, da ONG Terra de Direitos.
Um biólogo da Universidade de Brasília diz que não ha motivo para o receio.
“O feijão é processado, é cozido pra ser consumidor, e o próprio cozimento é um processo que inativa muitos tipos de produtos. E não existe nenhum risco para o consumo humano”, garante o biólogo Renato Oliveira Rezende.
Certo mesmo, é que feijão não pode faltar.
Fonte:

Por : grupo 3

Cientistas advertem sobre riscos da clonagem humana reprodutiva!


Para grupo, clonagem destinada à reprodução de seres humanos traria graves efeitos para a saúde.


Um grupo de cientistas liderados pelo americano John Haas advertiu nesta segunda-feira (22/08/2011) sobre os riscos da clonagem humana com fins reprodutivos e rejeitou a abertura de um debate sobre este tema.
Em entrevista coletiva na capital mexicana, Haas afirmou que a clonagem destinada à reprodução de seres humanos traria consigo "graves efeitos secundários para a saúde". Nos experimentos com animais, inclusive os que se encontram em via de extinção, já se viram defeitos genéticos e morfológicos, como envelhecimento prematuro ou falta de extremidades, disse.
O cientista cita o famoso caso da clonagem há 15 anos da ovelha Dolly, que apresentou doenças graves, tais como pneumonia, artrites e câncer. Este tipo de procriação consiste, explicaram os especialistas, em reproduzir um ser humano a partir do núcleo da célula de um adulto para que depois dê lugar a um embrião, ao invés da união de um óvulo e um espermatozoide.
Haas considerou "grave e irresponsável" a possibilidade de que alguns governos destinem recursos e esforços para a clonagem humana reprodutiva, enquanto enfrentam urgentes problemas de saúde, "como as doenças infectocontagiosas, que seguem sendo a primeira causa de mortalidade" em países em desenvolvimento.
"Os seres humanos devem ser reconhecidos como iguais em dignidade, e com este método, assim como com a fertilização in vitro, desde o início de suas vidas estão sujeitos a decisões arbitrárias dos demais", assegurou o médico americano.
Rodrigo Guerra, diretor do Centro de Pesquisa Social Avançada do México (Cisav), coincidiu que não existe evidência científica possível para sustentar que um zigoto, ou um óvulo recém fecundado, não tenha direitos.
"Sabemos por experiência empírica contundente que as estruturas precursoras do sistema nervoso central existem desde o momento da fecundação, desde aí o genoma humano é completo e funcional e seu metabolismo é autônomo, ou seja, processa energia por si mesmo, embora continue sendo dependente nutricionalmente da mãe", disse.
O cientista indicou que o embrião tem capacidades humanas, embora limitadas, e portanto toda a normalidade existente internacionalmente para proteger seres humanos com capacidades diferentes deve aplicar-se nestes casos. Por isto, "a clonagem humana deve ser revista com muito cuidado ", afirmou Guerra.

Fonte : 
Último Segundo- IG
Por : Grupo 2

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Projeto Genoma




         Genoma é o código genético do ser humano, ou seja, o conjunto dos genes humanos. No material genético podemos encontrar todas as informações para o desenvolvimento e funcionamento do organismo do ser humano. Este código genético está presente em cada uma das nossas células. O genoma humano apresenta-se por 23 pares de cromossomos que contem interiormente os genes. Todas as informações são codificadas pelo DNA, o ácido desoxirribonucléico. Este ácido, que tem um formato de dupla hélice, é formado por quatro bases que se juntam  aos pares: adenina com timina e citosina com guanima. As primeiras propostas para se mapear o genoma humano surgiram em 1985, quando um grupo de cientista pretendia detectar mutações em homens. 
          As vantagens desse trabalho estão no fato da identificação da cura e da causa de muitas doenças como a obesidade, diabetes e hipertensão, o que será de grande benefício para a humanidade que, até então, não alcançou tal proeza. Apenas 50 doenças são responsáveis por 90% das mortes de seres humanos, se for possível prever e prevenir tais doenças, ou tratá-las com antibióticos recém-criados, o alto custo do atendimento hospitalar vai ter redução marcante. Através do mapeamento genético do genoma humano será possível, muito em breve, descobrir a causa de muitas doenças.  Muitos remédios e vacinas poderão ser desenvolvidos a partir das informações obtidas pelas pesquisas genéticas. Descobrindo a causa de várias doenças, o ser humano poderá adotar medidas de prevenção.
         Mas por outro lado, existem desvantagens (éticas e morais), pois o uso indevido do Projeto pode fazer com que as pessoas percam sua individualidade tornem-se vulneráveis e propícias a um descarte numa entrevista de trabalho, por exemplo, devido ao fato de que por um simples exame possa-se detectar uma má reprodução da célula e um futuro câncer, que dificultará sua admissão no emprego. E também, não podemos nos esquecer de que a população mundial é de 6 bilhões. Se pouparmos da morte outros milhões e seus filhos por meio da genomia, como o planeta vai agüentar? Em princípio, avanços científicos responsáveis que prolongam a vida precisam andar de mãos dadas com os esforços para garantir a compatibilidade da biosfera com uma população maior. Uma resposta da genomia é a engenharia vegetal, ou transgenética, capaz de aumentar a produção agrícola.

Fonte:

Por : grupo 6

domingo, 11 de setembro de 2011

Aconselhamento Genético


O Aconselhamento genético (AG) é um processo de comunicação que lida com problemas humanos associados com a ocorrência ou risco de recorrência de uma doença genética em uma família, envolvendo a participação de um ou mais indivíduos treinados para ajudar o paciente e/ou sua família a:
1. Compreender os fatos médicos, incluindo o diagnóstico, provável curso da doença e as condutas disponíveis;
2. Apreciar o modo como a hereditariedade contribui para a doença;
3. Entender as alternativas para lidar com o risco de recorrência e a prevenção da doença;
4. Escolher o curso de ação que pareça apropriado, respeitando as características socioculturais, religiosas e éticas;
5. Ajustar-se da melhor maneira possível à situação imposta pela doença, incluindo a reabilitação.
A realização do AG atualmente exige do geneticista o conhecimento não só da genética, mas também de outras especialidades como bioquímica, radiologia, psicologia, biologia molecular e outras.
O AG é um processo complexo no qual devem ser envolvidos profissionais da área de saúde, treinados e habilitados, sejam médicos ou não.
No século passado a genética clínica era uma especialidade realizada por um único profissional. No entanto, o crescimento da especialidade exige atualmente uma abordagem multi e interdisciplinar para contemplar, da melhor maneira possível, as questões da genética clínica, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, odontologia, nutrição e outras especialidades afins.
O geneticista clínico deve manter sua competência profissional através de um aprendizado contínuo, a fim de se manter informado sobre os novos conhecimentos no campo da genética.
Por que indicar o aconselhamento genético?

Quando nós somos acometidos por uma doença cujo diagnóstico não foi elucidado, muitas vezes o que nos aflige não são os sintomas da doença, mas a incapacidade dos médicos em explicar qual é a doença e os aspectos médicos pertinentes a essa doença como exames necessários, tratamento, prognóstico etc.
Qual o médico, por mais inexperiente, que seja, nunca se deparou em sua prática clínica com um paciente com doença genética?
Todos os anos milhões de famílias em todo o mundo são surpreendidas pelo nascimento de uma criança com defeito congênito. Dos recém-nascidos, 0,7% tem anomalias cromossômicas, 0,5% a 1% tem anomalias decorrentes de doenças monogênicas e 2% têm anomalias congênitas por outras causas relacionadas com fatores hereditários. É estimado que cerca de um terço de todas as crianças internadas em hospitais pediátricos tem sido tratado por doenças que envolvem um componente genético. Grande parte dos abortos decorrem de anomalias cromossômicas, bem como alguns casos de infertilidade e esterilidade. Além disso, a maior parte das doenças da vida adulta são de herança multifatorial, como câncer, diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças psiquiátricas.
O AG estabelece a possibilidade do indivíduo portador de uma doença genética e sua família obter (em) informações sobre sua condição e amplia a perspectiva da realização da prevenção e do tratamento em questão.
Quem deve receber aconselhamento genético?

· Portadores de doenças com herança familial e os familiares destes pacientes.
· Indivíduos que tiveram perdas fetais (aborto, natimorto).
· Indivíduos com defeitos congênitos.
· Diagnóstico de anomalia fetal no pré-natal.
· Retardo mental inexplicável.
· Idade materna avançada (>35 anos).
· Idade paterna avançada (>60 anos).
· Acasalamento consangüíneo.
· Exposição a agentes teratogênicos no pré-natal.
· Infertilidade/esterilidade.
· Câncer hereditário ou predisposição familiar ao câncer.
· Indivíduos com teste preditivo ou triagem genética alterada.
· Grupos étnicos com predisposição para desenvolver doenças genéticas.

Confirmar, diagnosticar ou descartar uma condição genética. Para a realização do diagnóstico os principais passos são:
· Histórico clínico;
· Histórico familiar;
· Exame físico;
· Exames complementares.
O histórico clínico deve ser o mais detalhado possível, incluindo:
· Aspectos do pré-natal como infecções, uso de drogas, febre, ameaça de aborto, início dos movimentos fetais e suas características, anormalidades detectadas com exames como triagem pré-natal para síndrome de. Down, ultra-sonografia, oligoâmnio, polidrâmnio, sangramento transvaginal;
· Aspectos do parto, (cesáreo, parto normal), apresentação (cefálica, pélvica, transversa), Apgar, idade gestacional, peso, estatura e perímetro craniano ao nascimento, idade gestacional;
· Problemas apresentados no período neonatal como acidose metabólica, hipoglicemia, icterícia prolongada, anormalidades no screening neonatal (teste do pezinho), anormalidades do desenvolvimento neuropsicomotor, dificuldades para alimentar o recém-nascido;
· História da doença atual, incluindo as razões para a consulta, conhecimento básico da doença em questão e significado do diagnóstico.
A história familiar inclui a realização do heredograma, relacionando os indivíduos da família que têm quadro clínico semelhante e que apresentam outras doenças diferentes da doença relacionada no AG, caracterizando o grau de parentesco sob a forma de desenho.
Através do heredograma pode ser definido o modo de transmissão das doenças, sendo extremamente importante para os casos com heterogeneidade genética, onde a mesma doença pode ser de herança autossômica dominante, recessiva ou ligada ao X. Além disso, a presença de consangüinidade pode sugerir uma herança autossômica recessiva.
Às vezes é necessário mais de uma consulta para finalizar o heredograma. Pode ser necessário recorrer à entrevista com indivíduos mais idosos da família e obter fotos da infância de indivíduos adultos.
A história familiar pode ser de difícil obtenção se: o afetado for adotado; os pais forem separados e não há contato com familiares, houver óbito de indivíduos da família cuja causa da morte permanece obscura; os parentes se recusarem a fornecer informações, na maioria das vezes temendo a culpa tipo "vem da minha família? De quem é a culpa?".
A origem racial da família pode ser importante, pois algumas doenças têm maior freqüência em alguns grupos populacionais (Tabela 1).
O exame físico deve ser o mais detalhado possível, tendo-se em mente que na maioria das síndromes a doença é definida por um conjunto de sinais e raramente há um sinal patognomônico.
O examinador deve saber identificar as variações do exame normal. A pergunta freqüentemente realizada "Meu filho é normal?" nem sempre pode ser respondida claramente na primeira consulta.



Os sinais que indicam a necessidade de investigação genética podem ser sutis e são comumente encontrados em várias síndromes, por exemplo: implantação baixa de cabelos, hipertelorismo, fossetas e apêndices pré-auriculares, implantação baixa de orelhas, palato ogival, micrognatia, hipoplasia de unhas. As anomalias consideradas menores podem fazer parte de uma síndrome ou apresentar-se de forma isolada. Se um paciente tem mais de três anomalias menores (não interferem na viabilidade do indivíduo), há uma chance de 90% de ser encontrada uma anomalia maior, fazendo parte de uma doença genética.
Anomalias maiores são aquelas que apresentam conseqüências para a vida, enquanto as menores têm implicações cosméticas (Tabela 2).
A mensuração dos parâmetros físicos é extremamente importante, pois as medidas podem ser determinadas e classificadas em tabelas próprias para estatura, peso, perímetro craniano, distância interpupilar, intercantal interna e externa dos olhos, tamanho da orelha, distância nasolabial, tamanho das mãos, distância intermamilar, tamanho dos membros.
O exame físico propriamente dito obedece aos princípios da semiologia médica, incluindo a inspeção, palpação e ausculta. Em algumas doenças genéticas o paciente tem uma fácies típica como na síndrome de Down, uma postura característica como levantar do chão, escalando o corpo na distrofia muscular de Duchenne, ou um odor característico como o cheiro do suor e da urina (ninho de rato) nos pacientes com fenilcetonúria não tratada.
Várias alterações que são sugestivas de doença genética podem ser observadas ao exame físico (Tabela 3).
Os exames laboratoriais são complementares ao diagnóstico e devem ser realizados após a suspeita clínica da doença. Não há um único exame que dê garantias ao indivíduo da ausência de todas as doenças genéticas.





Os exames radiológicos são de máxima importância na suspeita de displasias esqueléticas, tornando-se impossível a classificação da doença sem o exame radiológico.
Nos casos de suspeita de erros inatos do metabolismo as provas bioquímicas, os ensaios enzimáticos, as dosagens de PH e gases sangüíneos são necessários.
Outros exames próprios da genética, como o estudo citogenético, podem elucidar o diagnóstico. Os testes de biologia molecular cada vez mais tem sido incorporados à prática clínica. Tais exames podem ser realizados a partir de leucócitos, aspirado de medula óssea, fibroblastos, amniócitos, vilosidade coriônica.
Os testes de triagem populacional têm selecionado indivíduos em maior risco para doenças genéticas no período pré-natal e neonatal, bem como os portadores sadios com risco de apresentar a prole afetada por uma doença genética.
Os testes preditivos determinam a probabilidade de um indivíduo são apresentar no futuro uma doença genética e têm sido realizados em vários indivíduos em todas as raças, mas devem ser avaliados com cautela, após um consentimento anterior informado e obedecendo os preceitos éticos.

Depois do diagnóstico a próxima etapa do AG é a compreensão dos aspectos genéticos básicos da doença e a determinação do risco de recorrência.
Os padrões de herança mendeliana são utilizados para determinar o risco de recorrência. No caso de herança autossômica recessiva, o risco de recorrência é 25%. Se a herança for autossômica dominante, o risco de recorrência é 50%. Se a herança for recessiva ligada ao X, há o predomínio de homens afetados e as mulheres podem ser portadoras sadias ou com manifestações sutis da doença. O risco de recorrência é 25% para filhos do sexo masculino. A probabilidade dos filhos serem heterozigotos portadores é 50%. Nos casos de herança dominante ligada ao X os homens e as mulheres filhos de uma mulher afetada têm 50% de chance de serem afetados. As filhas do indivíduo afetado são afetadas e os filhos não são, pois recebem o cromossomo Y do pai.
As doenças causadas por anomalias estruturais dos cromossomos têm risco entre 10% e 100%, caso um dos progenitores tenha uma translocação balanceada. Quando os pais tiverem cariótipo normal o risco de recorrência geralmente será menor do que 2%. Nas heranças multifatoriais (Tabela 4) os riscos são empíricos(11).
No caso de anomalias congênitas devido a teratógenos, a ausência de nova exposição torna o risco de recorrência desprezível.
A determinação do risco de recorrência nem sempre é simples, podendo ser dificultada pela penetrância incompleta, expressividade variável, idade tardia da manifestação e heterogeneidade genética.

Quais são os outros passos do aconselhamento genético?

Os próximos passos se relacionam ao prognóstico, tratamento disponível, prevenção e diagnóstico pré-natal, que dependem do diagnóstico da doença genética.



Diagnóstico pré-natal
O diagnóstico pré-natal pode ser realizado por técnicas de diagnóstico pré-implantação (diagnóstico de fertilização in vitro e em glóbulo polar), diagnóstico de células fetais circulantes no sangue materno, ultra-sonografia para diagnóstico de anomalias físicas do feto, punção de vilosidades coriônicas, amniocentese, cordocentese.
Atualmente, graças aos avanços no campo da biologia molecular, tem sido possível o diagnóstico de várias doenças monogênicas. O estudo citogenético e os ensaios enzimáticos permitem o diagnóstico da maioria das anomalias cromossômicas e erros inatos de metabolismo no período pré-natal(18).
Bioética
O final da Segunda Guerra Mundial foi um período de
grandes transformações para a prática científica e a medicina.
Ao mesmo tempo em que o conhecimento avançou rapidamente,
as denúncias dos abusos cometidos pelos nazistas nos
campos de concentração abriram o caminho para um amplo
debate sobre a ética na ciência. Foi nesse contexto que surgiu a
eugenia, entendida como a seleção e opressão de pessoas pertencentes
a grupos vulneráveis, como o dos portadores de doenças
genéticas, em virtude de características que, identificadas
nos genótipos, se distanciariam de um ideal de qualidade.
Nessa ocasião, existiam ainda os representantes do movimento
eugenista, que acreditavam ser a biologia um meio
de solucionar problemas de ordem social. Entre eles, os mais
conhecidos eram os médicos e pesquisadores dos campos de
concentração nazistas. No entanto, alguns ideais da eugenia,
como a prevenção de doenças por meio do controle da reprodução,
também foram disseminados em outros países, como
os Estados Unidos.
O aconselhamento genético surgiu,
portanto, com um triplo desafio: 1. afastar as suspeitas deixadas
pelo movimento eugênico; 2. demonstrar ser uma nova
estratégia educativa de diálogo entre ciência e sociedade; 3.
assegurar que sua inserção profissional respeitava e promovia
os direitos fundamentais das pessoas em teste. Foi nesse cenário
de desafios que o princípio da neutralidade moral emergiu
como o fundamento ético da atuação profissional de um aconselhador
genético.
Segundo o princípio da neutralidade moral, os profissionais
do aconselhamento genético devem fornecer a informação
genética isenta de valores pessoais ou julgamentos que possam
alterar ou direcionar sua compreensão. O reconhecimento
da soberania da neutralidade moral do aconselhador em face
da informação genética foi uma estratégia de redefinição do
campo: o aconselhamento genético não é mais um instrumento
de higiene social servindo a ideais eugênicos, mas uma peça
educativa fundamental à promoção da saúde pública e dos direitos
humanos. Uma vez acordado o compromisso moral em
torno da neutralidade, o passo seguinte foi institucionalizar
esses valores no processo de formação de jovens aconselhadores.
Como era de se esperar, pôr o princípio da neutralidade
moral em prática mostrou-se desafiante e, ainda hoje, é objeto
de intensas controvérsias argumentativas.


O primeiro desafio é da ordem da aplicação do princípio
à relação aconselhador-paciente: como é possível ser neutro
sobre algo que se valora como importante? O aconselhamento
genético fundamenta suas ações educativas no pressuposto de
que a informação genética é um elemento central às decisões
relativas ao bem-estar individual, familiar e social. Há, inclusive,
uma resistência no campo sobre o direito individual de
desconhecer informações genéticas com impacto para a saúde
e o bem-estar. Contudo, a suposição de que as informações
fornecidas durante uma sessão de aconselhamento genético
são sempre bem-vindas e necessárias ao bem-estar do indivíduo
é “uma atitude inquestionável e dogmática que defende
a idéia de que dar informação é sempre o correto, demonstra
uma negligência implícita ao fato de como esta posição é carregada
de valores” . O fato é que não há uma única
resposta para o imenso leque de situações lançadas pela informação
genética: em alguns casos, essa informação antecipa
decisões médicas e terapêuticas com acréscimo significativo
de bem-estar, ao passo que, em outros, ela é apenas fonte de
angústia e antecipação de luto.

Qual é o papel do clínico no AG?

O clínico geral, incluindo o pediatra, tem papel vital no suporte continuado de famílias com membros portadores de doenças genéticas. As estratégias de apoio incluem o encaminhamento da família para a consulta com o geneticista, o relatório com informação por escrito sobre a doença e as visitas para discussão quanto à assimilação dos aspectos da doença, sentimentos e pensamentos.

A importância dos grupos de apoio em ajudar famílias nas quais há um membro com doença genética está tornando-se cada vez mais óbvia. Estes grupos de voluntários dão à família a sensação de que não são os únicos nesta situação, sensação que o profissional de saúde não pode dar. Estes grupos não só fornecem um serviço, mas também distribuem informação sobre a doença, realizam estudos de pesquisas, encontros de portadores de doenças genéticas, estabelecendo uma importante parceria com médicos e outros profissionais de saúde. O encaminhamento das famílias para esses grupos pode ajudar muito a família a se adaptar à nova situação.
E quando não há geneticista?

É importante que o profissional de saúde tenha em mente que o AG não envolve conhecimentos inacessíveis e pode ser realizado onde não há geneticista(12). E como? Utilizando a tecnologia atual, é possível realizar um ato cirúrgico à distância. E por que não um AG?
Quando não há geneticista, outro profissional de saúde deve receber as informações necessárias para realizar o AG. Para isso deve ser realizada uma anamnese minunciosa, um exame clínico detalhado, fotos de corpo inteiro e da região afetada, no caso de anomalias físicas, estudo anatomopatológico, no caso de óbito, raios X de esqueleto nos casos de suspeita de displasia esquelética, relatório com resultado de outros exames que tenham sido realizados e estudo citogenético nos casos de suspeita de anomalia cromossômica, e/ou molecular (teste de DNA). Para o estudo citogenético pode ser colhido 5 ml de sangue em seringa heparinizada e encaminhar para um laboratório especializado. No caso de exame de DNA, pode ser colhido 5 ml de sangue e conservado em tubo com EDTA para ser encaminhado a um laboratório especializado.

Com as descobertas futuras decorrentes do Projeto Genoma Humano, a aplicação do AG deve ser expandida e as técnicas de biologia molecular para a realização do diagnóstico devem ser incorporadas à rotina com maior freqüência. O consultor genético deve ser um indivíduo de bom caráter e bom senso para enfrentar os problemas éticos que virão com o aparecimento de vários tipos de exames laboratoriais, além do que, deve ser sensível e solidário aos problemas de seus pacientes.



Fonte:

Guedes, C., & Diniz, D. (-- de Abril/Junho de 2009). Scielo. Acesso em 02 de Setembro de 2011, disponível em Scielo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022009000200012

Marques Ribeiro, Erlane (-----). Moreira JR. Acesso em 04 de Setembro de 2011, disponível em Moreira JR Editora: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=1558

Baker DL et al. – Genetic Counseling, New York, Wiley-Liss Pub., 1998, pp.5. Opitz JM – Tópicos Recentes de Genética Clínica. São Paulo, SBG, 1983, pp.216-231




Por: grupo 5